Amil vende carteira de planos individuais – O que os clientes devem saber?

Amil vende a carteira de clientes de planos Individuais
Clientes Amil devem ficar atentos para ter seus direitos garantidos; empresa que assumir precisa oferecer rede credenciada equivalente.


A UnitedHealth, dona da operadora de saúde Amil, fechou acordo com a empresa de reestruturação financeira Fiord Capital para se desfazer de sua carteira de clientes com contratos individuais. A carteira inclui cerca de 370 mil beneficiários, em sua grande maioria idosos. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico e confirmada por EXAME. Amil e Fiord não comentam.

E como ficam os direitos dos clientes Amil que serão assumidos pela nova operadora?

O tema levanta dúvidas a respeito dos direitos dos beneficiários na transação. Apesar de controversa do ponto de vista do direito do consumidor, a venda da carteira de clientes é permitida por lei e não é rara no mercado de saúde suplementar, dizem os advogados consultados por EXAME. No entanto, os beneficiários devem ficar atentos para ter seus direitos garantidos.

 “Quem comprar a carteira tem que manter as condições do contrato atual. Se houver algum problema, é importante que o consumidor denuncie junto ao Procon e à ANS. Se nada disso resolver, ele pode procurar o judiciário”, afirma Tatiana Viola de Queiroz advogada especialista em direito à saúde e direito do consumidor.

A rede credenciada pode ser Alterada?

Um dos principais pontos de atenção é a rede credenciada que será oferecida pela nova empresa. “A empresa tem que manter os mesmos serviços que a anterior oferecia, ou oferecer equivalentes na mesma região”, afirma Queiroz. Caso tenha problemas nesse sentido, o beneficiário pode buscar uma portabilidade especial para outro plano de saúde junto à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Caso contrário, ele fica sujeito às regras gerais de portabilidade, que exigem dois anos de contrato com a operadora de origem.

O papel da ANS

O advogado Rafael Robba, que também é especializado em direito à saúde e atua Vilhena Silva Advogados, lembra que, em 2013, a Golden Cross vendeu sua carteira de clientes para a Unimed-Rio, gerando uma série de disputas judiciais devido a divergências entre as redes credenciadas das duas operadoras. “Muitos beneficiários tiveram o tratamento interrompido porque o hospital onde estavam sendo atendidos não estava mais na rede credenciada. Isso é muito grave”, afirma.

Para que a situação não se repita no caso da Amil, Robba afirma que é fundamental uma atuação efetiva da ANS na transação. “O momento para a ANS exigir transparência da nova operadora é agora, para que eles apresentem um plano de ação, indiquem se vai ter substituição de rede credenciada e como os tratamentos em andamento serão garantidos. Tudo isso tem que ser comunicado previamente, o consumidor não pode ser surpreendido”, diz Robba.

E se os ex-clientes Amil estiverem insatisfeitos?

Aos consumidores que não estiverem satisfeitos com o novo plano e queiram mudar de operadora, o advogado prevê dificuldades em encontrar um produto equivalente, com contrato individual. O mercado está totalmente fechado para planos individuais, são poucas as operadoras que trabalham com planos individuais com foco em idosos, porém existem algumas alternativas para os beneficiários insatisfeitos, isso vai depender da região em que o beneficiário reside. 

Fonte: Exame



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